O MAPA DA VINLAND
O Início das Navegações portuguesas
Em princípio, o conhecimento do mundo tido no tempo em que D Henrique inicia o programa de expansão marítima delineado depois de tomar Ceuta, e perdê-la de novo ,o que o leva a lançar-se definitivamente na procura do Cabo das Tormentas, era apenas o referido na cartografia referida nos capitulos anteriores. O que diga-se era muito pouco.
Ou será que D.Henrique e os seus cosmógrafos saberiam muito mais do que aquilo que durante muitos anos admitimos eles saberem?
Importa, pois,deter-mo-nos um pouco a tentar responder a esta questão :- o que saberia D. Henrique do desenho do Mapa Mundi, que informações recolheu, qual a importância da missão europeia do seu Irmão D.Pedro e que novidades trouxe este de Veneza que teriam decisivamente influenciado a decisão portuguesa da rota por oriente, depois mantida por D João II e seu primo D. Manuel I, desprezando – ou (talvez) utilizando – as descobertas de Colombo?
Vejamos.
Sabendo o que se sabe hoje das «Sagas» nórdicas[1], aprofundada a certeza das mesmas através das reconstituições e estudos arqueológicos indesmentíveis, arrumada esta questão -que levou tempo imenso a se assumir como facto incontornável o que vem dizer que o dossier das grandes navegações está, ainda em aberto -, logo outra se levantou, a qual era a de saber a proveniência dos conhecimentos de Colombo – que foram transmitidos a D. João II e aos seus cosmógrafos - sobre paragens que eram apenas referidas, até então, por notícias que correndo no norte da Europa, eram apenas e só confundidas com lendas. Seria certo, como levantámos a hipótese na «Rotas dos Bacalhaus», que D. Henrique teria indagado (e aprofundado) os indícios do avistamento da Terra-Nova pelo seu escudeiro Diogo de Teive[2] , e em função disso teria tomado a decisão(secreta) de impulsionar novas missões com o claro propósito de saber muito mais sobre a costa norte americana, do que durante muito tempo se
A viagem de Teive
admitiu? Porque teria sido que essas frequentes viagens, com prometimentos de concessão de benesses de grande dimensão aos capitães das mesmas em caso de «achamento», -viagens que sabemos foram continuadas até ao reinado de D. Manuel I, mas não sabemos exactamente quantas, à excepção das dos Corte-Reais-, não foram devidamente relevadas, não parecendo preocupar (muito) os historiógrafos das grandes descobertas, levando-os a não s deterem a falta de noticias que poderiam ser de capital importância para a decisão da escolha da outra rota possível para as Índias, a do oriente ? Que razões estiveram na obstinação de se dar a entender que só o caminho pelo Cabo fazia parte do programa de se chegar às Índias, quando era perfeitamente admissível (ou até evidente) que havia um continente a ocidente(já Ptolomeu o garantira), e que importaria explorar se esse não seria um caminho mais directo, já que as distorções cartográficas anteriormente referidas e depois referidas propositadamente o queriam fazer entender (ainda com mais evidência)?
Abordemos algumas questões que hoje ainda esperam resposta:
[1] «Rotas dos Bacalhaus» pp
[2] Sobre a viagem de Teive ver »rotas dos Bacalhaus » pp 17
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