CAP II- Especulações ou Indícios fortes
Pesquisas recentes levaram a que se encontrasse uma carta sino-coreana, conhecida por mapa de KANGNIDO - Honil kangni yoktae kuktu chi to (Mapa das regiões e das capitais dos estados integrados ao longo do tempo) que combina o conteúdo do Shengjiao guangbei tu (Mapa do vasto alcance dos ensinamentos [morais da China]), mapa-mundo produzido pelo cartógrafo chinês Li Zemin c. 1330, entretanto perdido, e do Hunyi jiangli tu (Mapa das regiões integradas [da China]), peça cartográfica dos finais do século XIV, da autoria de Qing Jun.[1]
KANGNIDO MAP
Esta carta, oferta do embaixador da Coreia ao Imperador ZHU DI, data de 1403, e terá, possivelmente, sido alterada e actualizada, em 1424. Trata-se de um mapa de grandes dimensões (1,7m/1,6 m), pintado sobre seda, no qual se permitia “conhecer o mundo sem sair de casa”. Contém referências à Europa (nele a Alemanha é referida por Alemanha; a Espanha é apresentada com o estreito de Gibraltar, a sul, e nele se inclui o Norte de África). Mas desde logo o que este mapa tem de espantoso é que nele se pode ver representada toda a costa ocidental de África (com grande rigor se comparada com o que é hoje hoje[2]), incluindo (espantosamente) o Cabo aonde os Portugueses só iriam chegar, cerca de 60 anos depois.
Foi uma cópia deste Mapa e quadros representando a Armada do Tesouro que o meu amigo Cheng me mostrou no Museu Nacional, num dia dedicado a conhecer a história do «seu mundo»-incluindo a grande marcha – mas com que pretendia provar-me que eles –os Chineses - tinham sido grandes navegadores: - tanto ou mais do que nós. Claro que com isso e muito do que observei depois -frotas de juncos, incontáveis, navios cruzando-se a velocidades loucas em Hong-Kong, juncos(pequenos) sem mastro movimentando-se a velocidades inacreditáveis, em Singapura, impulsionados por uma longas varas motoras, num trânsito marítimo caótico, onde a toda a hora se esperava o pior; tudo isto me criou expectativa (espanto!) que só um bom par de anos, mais tarde, se começou a explicar quando diversas publicações (revista de história e livros)fizeram chegar até mim confirmação dos factos que me pareceram ousados demais para serem verdadeiros. A abertura da China ao Mundo deixou que a curiosidade dos estudiosos fosse satisfeita com a permissão de consulta aos manuscritos encerrados nos seus museus.
Comparação entre o Mapa de Kangnido (1e2) e a realidade (3)
Este mapa, veio então confirmar a verdade sobre as viagens dos Navios do Tesouro, que sob o comando do grande Almirante Zheng He, tinham, em 1420,saído da China, e viajado até à Índia (Malaca), e depois à costa leste de África. Malaca restou colónia chinesa, funcionando como entreposto avançado da China. Tais viagens teriam começado em 1405, e registam-se pelo menos seis –há quem refira uma sétima…)
[1] REVISTA BIBLIOGRÁFICA DE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES (Série documental de Geo Crítica) Universidade de Barcelona
[2] Uma das acusações sobre a fidelidade deste mapa ,é precisamente o rigor da representação de África quando comparada com o mundo próximo da China.
1ª Viagem 1405-1407 Champa, Java, Palembang, Malacca, Aru,
Sumatra, Lambri, Ceylon, Kollam,Cochin,
Calicut
2ª Viagem 1407-1409 Champa, Java, Siam, Cochin, Ceylon
3ª Viagem 1409-1411 Champa, Java, Malacca, Sumatra,
Ceylon,Quilon,Cochin, Calicut,Siam, Lambri,
Kaya, Coimbatore
4ª Viagem 1413-1415 Champa, Java, Palembang,
Malacca,Sumatra,Ceylon, Cochin,
Calicut, Kayal, Pahang,
Kelantan, Aru, Lambri,
Hormuz,Maldives,
Mogadishu,Brawa,Malindi Aden,
Muscat, Dhufar
5ªViagem 1416-1419 Champa, Pahang,Java,Malacca,
Sumatra,
Lambri, Ceylon, Sharwayn, Cochin,
Calicut,
Hormuz, Maldives, Mogadishu, Brawa,
Malindi,Aden
6ª Viagem 1421-1422 Hormuz, East Africa, countries of the
Arabian Peninsula
7ª Viagem 1430-1433 Champa, Java, Palembang, Malacca,
Sumatra, Ceylon, Calicut,
Hormuz...(17 regiões no total)
Entra-se agora numa matéria muito fluida, vivendo de alguma especulação, e o mais que se pode dizer é que há diversos cientista com meios imensos colocados á sua disposição para confirmar os indícios que parecem provar que a grande Armada navegou no Atlântico. Meios que nenhum historiador do Século XX teve ao dispor, para através das novas técnicas confirmar a datação dos vestígios que vão sendo encontrados, quase por todo o «novo mundo».E pasme-se, até, em Cabo- Verde foram encontrados vestígios(hipotéticos) da presença da Armada, segundo alguns historiadores.
Medalha chinesa (com mensagem do Imperador encontrada numa ilha da costa americana)
Não há nada como ir sabendo e acompanhando a evolução de matéria tão interessante e empolgante. Comparando, reflectindo ,recolhendo novas informações.
Persistem hoje ainda algumas duvidas (a precisar de confirmação cientifica) sobre o saber-se se as armadas dobraram o Cabo extremo, sul, de África (como assombrosamente se pretende provar) subindo até Cabo-Verde para aí se deterem, e se abasteceram, dividindo-se depois: admite-se que uma das armadas, a de Zoo Wen, rumou para a América Central e depois para Groenlândia, contornando-a pelo norte (naquela data, sabe-se hoje, a Groenlândia era mais quente e por isso navegável pelo norte). Aliás Colombo confirmou-o, na informação citada acima. Colombo falou verdade, quando disse ter navegado no norte da Groenlândia. É o que agora se pretende provar por novos conhecimentos científicos que trouxeram um novo apport sobre condições atmosféricas da idade média, nos mares do Norte.
As outras armadas, as de Hong Bao e Zhou Yang King, essas, desceram a costa do que é hoje o Brasil, baixaram à Patagónia, e aí dividiram-se: Zhou Man seguiu para a Austrália, por sul, e Hong Bao passou no estreito mais tarde chamado de Magalhães, subiu a Costa oeste da América de Sul rumando depois de volta à China.
Se tal se provar a história das grandes navegações mudou completamente.
Mas atenção:
Se a primeiras viagens de Zheng já não oferecem qualquer dúvida sobre a sua visita e conhecimento da Índia e da costa oriental africana, a entrada e a viagem no Atlântico, ainda tem foros de especulação. E isto é muito importante ,pois induz aperceber que os portugueses sabiamno Séc XV, já, da existência do Cabo (embora não exactamente da sua real posição)e que dobrado o mesmo fácil era chegar ás Índias.
Mais um pequeno exemplo: agora percebe-se porque Vasco da Gama ficou intrigado quando chegado á Índia conduzido pelo piloto árabe Ahmad Ibn-Madjid, notou a pouca importância dada á sua Armada. Pois pudera (?!).Que armada era aquela comparada com a armada de Zen,que seria composta por cerca de 800 navios de porte que pareciam fazer das caravelas e naus do Almirante Português, pequenos batéis? Só agora, então, se compreende o espanto contido –e registado - da veracidade daquele apontamento da viagem da descoberta(?) do caminho marítimo para a Índia.
O junco da Zheng (comparação com a Nau de Vasco da Gama)
Falta pouco tempo para se obter a confirmação, quando se obtiverem toda uma série de dados (ADN, testes de carbono etc.) a decorrerem em vários ponto do mundo, para sabermos se há ou não necessidade de se começar de novo a interpretar a história das grandes navegações.
Isso não impede que se alinhem (desde já) as referências principais que levam a justificar uma nova abordagem, e esperar pela confirmação. O que já é conhecido ultrapassou a mera especulação. A abertura da China ao mundo trouxe o conhecimento de coisas inimagináveis, E se a Armada de Zheng e o seu navegar pelo Indico já não levantam quaisquer dúvidas, resta apenas saber se a China chegou, ou não, ao novo mundo (a Sul, centro e ao Norte). Procuremos dar a conhecer os aspectos principais, resumindo (pelo espaço que dispomos) os factos que indiciam, tal ter acontecido.
Junco da Armada de Zheng (ilustração de selo comemorativo)
avançando sempre no desconhecido como que obedecendo a uma planificação que visaria conhecer e cartografar todo o mundo de modo a estender tributação ao Imperador da China, um país cuja dimensão o fazia apostar num domínio mundial (de que se não conheciam, exactamente, os limites). A grande aventura teria sido entregue ao grande Eunuco, Almirante Zheng-He que, dizia-se, «estaria sobre protecção divina». Na última dessas viagens (alvitra-se a hipótese pois há sérios indícios que a justificam), o Almirante Zheng, cuja presença era indispensável no seu País, decidiu dividir a sua enorme armada, em três: a do grande eunuco Hongo Bao, a armada do eunuco Zhou Man, e, ainda, a armada do eunuco Zhou Wen. Zen voltou á China em 1421,mandando dirigir os seus capitães para a costa oriental de África.
Entra-se agora numa matéria muito fluida, vivendo de alguma especulação, e o mais que se pode dizer é que há diversos cientista com meios imensos colocados á sua disposição para confirmar os indícios que parecem provar que a grande Armada navegou no Atlântico. Meios que nenhum historiador do Século XX teve ao dispor, para através das novas técnicas confirmar a datação dos vestígios que vão sendo encontrados, quase por todo o «novo mundo».E pasme-se, até, em Cabo- Verde foram encontrados vestígios(hipotéticos) da presença da Armada, segundo alguns historiadores.
Não há nada como ir sabendo e acompanhando a evolução de matéria tão interessante e empolgante. Comparando, reflectindo ,recolhendo novas informações.
Persistem hoje ainda algumas duvidas (a precisar de confirmação cientifica) sobre o saber-se se as armadas dobraram o Cabo extremo, sul, de África (como assombrosamente se pretende provar) subindo até Cabo-Verde para aí se deterem, e se abasteceram, dividindo-se depois: admite-se que uma das armadas, a de Zoo Wen, rumou para a América Central e depois para Groenlândia, contornando-a pelo norte (naquela data, sabe-se hoje, a Groenlândia era mais quente e por isso navegável pelo norte). Aliás Colombo confirmou-o, na informação citada acima. Colombo falou verdade, quando disse ter navegado no norte da Groenlândia. É o que agora se pretende provar por novos conhecimentos científicos que trouxeram um novo apport sobre condições atmosféricas da idade média, nos mares do Norte.
Medalha chinesa (com mensagem do Imperador encontrada numa ilha da costa americana)
As outras armadas, as de Hong Bao e Zhou Yang King, essas, desceram a costa do que é hoje o Brasil, baixaram à Patagónia, e aí dividiram-se: Zhou Man seguiu para a Austrália, por sul, e Hong Bao passou no estreito mais tarde chamado de Magalhães, subiu a Costa oeste da América de Sul rumando depois de volta à China.
Se tal se provar a história das grandes navegações mudou completamente.
Mas atenção:
Se a primeiras viagens de Zheng já não oferecem qualquer dúvida sobre a sua visita e conhecimento da Índia e da costa oriental africana, a entrada e a viagem no Atlântico, ainda tem foros de especulação. E isto é muito importante ,pois induz aperceber que os portugueses sabiamno Séc XV, já, da existência do Cabo (embora não exactamente da sua real posição)e que dobrado o mesmo fácil era chegar ás Índias.
Mais um pequeno exemplo: agora percebe-se porque Vasco da Gama ficou intrigado quando chegado á Índia conduzido pelo piloto árabe Ahmad Ibn-Madjid, notou a pouca importância dada á sua Armada. Pois pudera (?!).Que armada era aquela comparada com a armada de Zen,que seria composta por cerca de 800 navios de porte que pareciam fazer das caravelas e naus do Almirante Português, pequenos batéis? Só agora, então, se compreende o espanto contido –e registado - da veracidade daquele apontamento da viagem da descoberta(?) do caminho marítimo para a Índia.
Falta pouco tempo para se obter a confirmação, quando se obtiverem toda uma série de dados (ADN, testes de carbono etc.) a decorrerem em vários ponto do mundo, para sabermos se há ou não necessidade de se começar de novo a interpretar a história das grandes navegações.
Isso não impede que se alinhem (desde já) as referências principais que levam a justificar uma nova abordagem, e esperar pela confirmação. O que já é conhecido ultrapassou a mera especulação. A abertura da China ao mundo trouxe o conhecimento de coisas inimagináveis, E se a Armada de Zheng e o seu navegar pelo Indico já não levantam quaisquer dúvidas, resta apenas saber se a China chegou, ou não, ao novo mundo (a Sul, centro e ao Norte). Procuremos dar a conhecer os aspectos principais, resumindo (pelo espaço que dispomos) os factos que indiciam, tal ter acontecido.
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