(Fascículo nº 5

A tal acontecer, parece admissível supor-se que Colombo e o rei Português (D João II)


D João II




Cristovâo Colombo


sabiam muito mais do que se julgou saberem. Esta duvida do que saberia um e outro, foi mistério que continuou indecifrável. Ou será que agora começa a levantar-se um pouco do véu ao mistério que foi a relação entre o Rei Português e Colombo, a vinda a Lisboa antes de aportar a Espanha, na 1ª viagem ,a visita particular ao Rei fora de Lisboa, e depois à Rainha, a Vila Franca?
Sabiam, assim, certamente:

a) Que ao sul da costa ocidental de África existia um cabo, que transposto dava acesso à rota para as Índias (Colombo estava presente[1] quando foi dada a noticia ao rei, de Bartolomeu Dias ter passado tal cabo, o «das Tormentas»)
b) Que havia um outro caminho para atingir as Índias por oeste, pois existiam (?) indícios da existência de um canal situado a 52-40 º S, que ligava o Atlântico a um outro Oceano, o qual «conduziria às Índias».
De facto a certeza de Magalhães quando mais tarde
Depois de estabelecer a rota pelo quinquagésimo segundo grau na direcção do Pólo Antárctico na festa das onze mil virgens (…) encontrou um estreito canal (…)[2]
parece vir confirmar que o juramento do capitão á sua tripulação
(...)de que havia um outro estreito que levava ao outro mar, afirmando conhecê-lo bem


Proviria de o ter visto assinalado numa carta marítima de El-rei de Portugal, recebido de um tal Martin da Boémia? ( como referido, que por sua vez teria recebido a informação de Toscanelli )





O estreito de Magalhães


E Magalhães, até sabia que depois de passado o estreito, “não valia a pena avançar para oeste pois teríamos avançado sem encontrar qualquer ilha”, provando ter, assim, um conhecimento seguro de que deveria rumar a norte.
Todas estas questões se vinham juntar a muitas outras (por exemplo, a questão do milho - que Pifagetta refere como miglio encontrado na viagem - e que aparece na Ásia. antes mesmo da viagem de Colombo), levantando a dúvida se outro qualquer povo não teria feito grandes viagens intercontinentais, anteriormente às levadas a cabo por portugueses e espanhóis(?!). Que povo teria um tal conjunto de conhecimentos para tarefa de tal envergadura (?), foi pergunta que perpassou por uns tantos que tiveram a noção de que algo não teria acontecido como nos quiseram fazer crer.


Só poderia ser um povo extraordinariamente desenvolvido em cultura marítima, possuidor de excelentes conhecimentos de arquitectura naval, e ainda, conhecedores profundos das técnicas de orientação pelos astros (cosmografia), e claro, já utilizadores de bússola e outros instrumentos necessários para cruzar os mares.

A pergunta que se colocava (e se colocou até há bem pouco) era a de saber se existiriam registo, mapas e vestígios dessas embarcações e desses viajantes, ou outros indícios que confirmassem, o que a ter acontecido seria o mais extraordinário feito do mundo antigo, as mais incríveis viagens da história da humanidade, feitas antecipadamente às que julgávamos terem partido da Península.
A serem encontradas provas, a História teria que ser refeita e recontada de outro modo bem diferente.
Certo é que os historiadores portugueses, catalães e italianos (durante a primeira metade de o século XX), sempre se mantiveram totalmente incrédulos, tratando de enaltecer os seus compatriotas assegurando que os conhecimentos para as mesmas apenas existiriam no Centro e Sul, da Europa. Mas quando outros historiadores, americanos, ingleses e outros, resolveram ler as coisas de outro modo, começando a equacionar hipóteses diversas das até então assumidas como definitivas, cedo se percebeu que há ainda muito para decifrar.




Aspectos da arquitectura naval - Idade Média


Surgiram factos que hoje se consideram já, verdadeiros. Mas muitos outros não passam de especulação, ainda por confirmar. Sem dúvida: é interessante e curioso conhecerem-se e acompanhar o seu desenrolar pois há muitos estudos, hoje em curso em afamados centros de investigação mundial ,bem como campanhas arqueológicas que procuram indícios probatórios. Por isso passemos uma vista de olhos sobre as hipóteses levantadas.


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[1] “ele (Dias) decreveu a viagem e fez o levantamento légua por légua numa carta marítima de modo a apresentá-la aos olhos do muito sereno reiu em pessoa.Eu tudo isto estive presente”
[2] Pigafetta in Magelan Voyage ,R.A.Skelton ,Folio Society ,1975 pp49

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