A tal acontecer, parece admissível supor-se que Colombo e o rei Português (D João II)
Sabiam, assim, certamente:
a) Que ao sul da costa ocidental de África existia um cabo, que transposto dava acesso à rota para as Índias (Colombo estava presente[1] quando foi dada a noticia ao rei, de Bartolomeu Dias ter passado tal cabo, o «das Tormentas»)
b) Que havia um outro caminho para atingir as Índias por oeste, pois existiam (?) indícios da existência de um canal situado a 52-40 º S, que ligava o Atlântico a um outro Oceano, o qual «conduziria às Índias».
Depois de estabelecer a rota pelo quinquagésimo segundo grau na direcção do Pólo Antárctico na festa das onze mil virgens (…) encontrou um estreito canal (…)[2]
parece vir confirmar que o juramento do capitão á sua tripulação
(...)de que havia um outro estreito que levava ao outro mar, afirmando conhecê-lo bem
Proviria de o ter visto assinalado numa carta marítima de El-rei de Portugal, recebido de um tal Martin da Boémia? ( como referido, que por sua vez teria recebido a informação de Toscanelli )

O estreito de Magalhães
Todas estas questões se vinham juntar a muitas outras (por exemplo, a questão do milho - que Pifagetta refere como miglio encontrado na viagem - e que aparece na Ásia. antes mesmo da viagem de Colombo), levantando a dúvida se outro qualquer povo não teria feito grandes viagens intercontinentais, anteriormente às levadas a cabo por portugueses e espanhóis(?!). Que povo teria um tal conjunto de conhecimentos para tarefa de tal envergadura (?), foi pergunta que perpassou por uns tantos que tiveram a noção de que algo não teria acontecido como nos quiseram fazer crer.
Só poderia ser um povo extraordinariamente desenvolvido em cultura marítima, possuidor de excelentes conhecimentos de arquitectura naval, e ainda, conhecedores profundos das técnicas de orientação pelos astros (cosmografia), e claro, já utilizadores de bússola e outros instrumentos necessários para cruzar os mares.
A pergunta que se colocava (e se colocou até há bem pouco) era a de saber se existiriam registo, mapas e vestígios dessas embarcações e desses viajantes, ou outros indícios que confirmassem, o que a ter acontecido seria o mais extraordinário feito do mundo antigo, as mais incríveis viagens da história da humanidade, feitas antecipadamente às que julgávamos terem partido da Península.
A serem encontradas provas, a História teria que ser refeita e recontada de outro modo bem diferente.
Certo é que os historiadores portugueses, catalães e italianos (durante a primeira metade de o século XX), sempre se mantiveram totalmente incrédulos, tratando de enaltecer os seus compatriotas assegurando que os conhecimentos para as mesmas apenas existiriam no Centro e Sul, da Europa. Mas quando outros historiadores, americanos, ingleses e outros, resolveram ler as coisas de outro modo, começando a equacionar hipóteses diversas das até então assumidas como definitivas, cedo se percebeu que há ainda muito para decifrar.
Aspectos da arquitectura naval - Idade Média
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[1] “ele (Dias) decreveu a viagem e fez o levantamento légua por légua numa carta marítima de modo a apresentá-la aos olhos do muito sereno reiu em pessoa.Eu tudo isto estive presente”
[2] Pigafetta in Magelan Voyage ,R.A.Skelton ,Folio Society ,1975 pp49
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